Popularmente conhecido como “carne no olho”, o pterígio se trata de uma doença ocular de natureza benigna, indolor, não infecciosa e de tom avermelhado que se inicia na conjuntiva (membrana fina e transparente que envolve a região branca dos olhos), e avança sobre a córnea, podendo causar desconforto e prejudicar a visão do paciente em seus estágios mais avançados.
Olho com pterígio
Fonte: https://pebmed.com.br/pterigio-a-famosa-carninha-no-olho/
Atingindo indivíduos de qualquer faixa etária, principalmente jovens e idosos de maneira mais acentuada, o pterígio costuma se desenvolver de maneira lenta e gradual, podendo apresentar períodos de recesso e retomada dos sintomas a qualquer momento. Em seus estágios iniciais, o pterígio não tende a prejudicar a visão do paciente.
Entretanto, caso chegue a avançar sobre a córnea, pode vir a afetar a sua curvatura, modificando o processo de refração da luz e prejudicando, por fim, a acuidade visual do paciente.
Para que você entenda um pouco mais do que se trata o pterígio, quais são suas principais causas, sintomas e tratamentos, continue com a leitura deste artigo!
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do pterígio é realizado em clínica pelo médico oftalmologista por meio da visualização direta da lesão no exame com a lâmpada de fenda.
Quais são as suas principais causas?
O pterígio pode se desenvolver em decorrência de fatores de ordem genética, assim como pelo ressecamento dos olhos e pela exposição constante a elementos causadores de irritação, tais como raios solares, poeira, poluição, vento etc.
Considerada sua principal causa, a exposição constante a raios solares promove modificações nas células localizadas entre a córnea e a esclera (região branca dos olhos), estimulando o crescimento anormal e constante da conjuntiva em direção à córnea.
Quais são os sintomas do Pterígio?
De modo geral, os sintomas do pterígio costumam variar de paciente para paciente de acordo com o grau de evolução da doença, podendo haver casos assintomáticos da doença.
Entre os principais sintomas, estão:
- Olhos avermelhados;
- Inflamação nos olhos;
- Sensação de corpo estranho nos olhos;
- Sensibilidade à luz (fotofobia);
- Sensação de ardência e queimação;
- Coceira; e
- Visão embaçada em casos mais avançados.
Na imagem acima, temos duas ilustrações: a superior, apresentando um olho saudável. A ilustração inferior, por sua vez, apresenta um olho afetado por pterígio, com crescimento anormal da conjuntiva sobre a córnea.
Fonte: https://www.eyedoctorophthalmologistnyc.com/procedures/pterygium-surgery/
Prevenção
Sabendo que a exposição excessiva aos raios solares constitui a principal causa de pterígio, é de extrema importância que nós protejamos nossos olhos contra os raios ultravioleta, fazendo uso de óculos escuros que apresentem a proteção adequada, seja em dias nublados ou ensolarados.
Em segundo lugar, o ressecamento dos olhos representa outra causa importante dessa doença ocular. Deste modo, manter os olhos hidratados por meio de uma lubrificação constante, seja por meio do uso de colírios aplicados diretamente nos olhos, pela hidratação ou pelo cuidado em ambientes que possam causar um maior ressecamento e irritação nos olhos, como ambientes refrigerados por ar-condicionado, com vento, fumaça e poluição no ar, por exemplo, são meios importantes para se evitar um quadro de irritação propício para o surgimento/agravamento de um quadro de pterígio preexistente.
Entretanto, é de extrema importância que o paciente, ao se deparar com os sintomas, consulte um médico oftalmologista antes de se automedicar. É somente por meio de uma consulta especializada e de exames adequados que se poderá dizer, concretamente, qual a situação médica do paciente e que medidas devem ser tomadas para o seu caso específico.
Tratamento
De maneira geral, o tratamento de pterígio varia de paciente para paciente, conforme o grau de evolução apresentado, devendo ser prescrito por um médico oftalmologista após a análise dos sintomas do paciente, o estudo de seu histórico médico e a realização dos exames que se mostrem necessários.
Em seus estágios iniciais, o tratamento do pterígio costuma ser realizado com a utilização de colírios lubrificantes e/ou anti-inflamatórios, com o fim de evitar a piora do quadro e reduzir o desconforto do paciente. Porém, os colírios não farão com que a lesão regrida ou desapareça.
Já em seus estágios mais avançados, nos quais a lesão provocada chega a causar desconforto que não melhora com o uso de colírio, prejudicando a acuidade visual, o procedimento cirúrgico pode ser a melhor opção. Casos em que o paciente se queixa do aspecto estético da lesão também têm indicação de abordagem cirúrgica da lesão.
Consistindo na remoção da lesão e na recomposição da área afetada por meio de um enxerto de conjuntiva, trata-se de um procedimento relativamente simples e de baixo risco, com duração média de 30 minutos, não sendo necessária a internação do paciente.
No período pós-operatório, é comum que o paciente sinta dores e um certo incômodo nos primeiros dois dias, recomendando-se o uso de óculos escuros a fim de evitar a exposição dos olhos à luz, assim como a fatores irritantes, como poeira, poluição e vento. Já para retomar as atividades do dia-a-dia normalmente, costuma-se levar cerca de 10 dias.
Entre as suas complicações mais relevantes, podemos listar as seguintes:
- Reaparecimento da lesão (recidiva): caracterizada pelo crescimento de uma nova lesão no mesmo local da região operada, ocorre principalmente em pacientes mais jovens, quando o quadro da doença ainda não atingiu um relativo grau de estabilização. Utilizando-se a técnica de enxerto da conjuntiva, com utilização de uma substância chamada Mitomicina, as chances de recidiva costumam cair para 1 a 5%;
- Má cicatrização da córnea;
- Perfuração da região branca dos olhos (esclera), entre outros.
Para evitar a chance de riscos e complicações como as mencionadas acima, é de extrema importância que o paciente consulte com um médico oftalmologista, o qual, diante dos exames necessários, poderá conhecer melhor a situação específica do paciente e prescrever o tratamento mais adequado, apresentando os prós e contras de cada alternativa de tratamento.
Vale lembrar que o uso de medicamentos deve ser feito somente sob prescrição médica, evitando-se, deste modo, uma automedicação prejudicial à saúde do paciente. Como exemplo, o uso de colírios à base de corticosteróides, caso realizado de maneira incorreta, pode vir a aumentar as chances do paciente de desenvolver doenças oculares severas, tais como a catarata e o glaucoma.
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